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Qual o papel do “chefe da felicidade”?

O primeiro passo ao se tornar CHO (Chief happiness officer) é se motivar com o tema e conhecer dados, estudos e cases que comprovam como uma cultura positiva traz vantagens competitivas.



Esta pessoa será o(a) influenciador(a) da felicidade na empresa. Seu papel é criar um plano de felicidade organizacional. Medir a felicidade, rever a cultura e propósito da empresa, engajar a liderança, comunicar e disseminar o tema, implantar o plano, acompanhar os resultados e manter o tema sempre vivo.


As competências, independentemente de quem assumir tal papel, é o de engajar a liderança; medir, por meio de pesquisas, o cenário da felicidade dos funcionários; além de planejar e implantar novas ações que tornem os colaboradores mais felizes. “Vale lembrar que a felicidade no trabalho também depende de nossas relações interpessoais e nossos resultados individuais”, afirma Renata Rivetti.


Quando falamos do âmbito do trabalho, os estudos na felicidade corporativa demonstram que colaboradores felizes têm maior produtividade, vendem mais, lidam melhor com os clientes, são melhores líderes, há índices menores de turnover e absenteísmo.


O entendimento da psicologia positiva é fundamental para se tornar um CHO, mas é preciso compreende que não é ter sentimento positivo o tempo todo. “Tem que tomar cuidado com isso. Não é isso que os teóricos dizem. É o senso comum que diz que a gente tem que ter pensamento positivo com frases como: ‘Ah! bola para frente. Pensamento positivo’. E não é assim que a gente funciona [isso é positividade tóxica]. Se você tem uma emoção negativa, você deve deixar fluir”, diz Tais Targa, psicóloga e especialista em carreira.


“O chief happiness officer é o grande embaixador e influenciador do tema da felicidade nas companhias. Ele é alguém que vai vai liderar o debate sobre saúde mental e bem-estar nesses ambientes”, explica Renata Rivetti, diretora e fundadora da Reconnect | Happiness At Work, uma das empresas brasileiras especializadas no tema. De acordo com ela, a primeira coisa a levar em consideração é que o conceito de felicidade corporativa é abstrato e ultrapassa as famosas pausas para o cafezinho: trata-se da experiência constante e duradoura de se sentir reconhecido, valorizado e realizado em uma empresa. “Nós vamos passar mais de 80 mil horas das nossas vidas trabalhando. A única maneira de ser feliz com isso é atribuindo um significado especial para aquilo que fazemos”, diz.


Qualquer profissional pode se tornar um CHO ou mesmo absorver a técnica para colocá-la em prática na sua ocupação atual.


Para isso, é necessário procurar alguma das organizações que oferecem o certificado. Em média, a formação dura de três a cinco dias e é ministrada por psicólogos e especialistas do mercado. Hoje, no Brasil, já existem 169 profissionais qualificados na área, segundo o Instituto Feliciência e a Reconnect, além de um aumento expressivo de 200% na procura pelos cursos desde o ano passado.



E é por isso que o trabalho do CHO vai bem além do happy hour. Carla Furtado, fundadora e professora do Instituto Feliciência, explica que os planos de ação variam de acordo com o tipo e a fase da empresa, mas que sempre devem englobar os fatores positivos e negativos que impactam na vida daquele profissional. “A primeira coisa a se fazer é uma visita à cultura da organização, que normalmente vai estar descrita no conjunto de princípios como a missão, a visão, os valores e o propósito.


É importante perceber se essas atitudes e valores são realmente colocadas em prática pela equipe. O segundo passo é o alinhamento de liderança, porque de nada adianta ter um programa de felicidade quando os líderes são tóxicos ou assediadores. Sem essas ações prévias, a felicidade não se sustenta”.


A felicidade corporativa vai além das satisfações. Apesar de essencial, ações que trabalham a satisfação, por exemplo salário, programas de bem-estar e confraternizações, por si só, não garantem a felicidade. É preciso alinhar com a motivação, desafios e satisfação do colaborador dentro da organização, para aí sim, termos resultados satisfatórios.



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