No passado, especialmente nas décadas de 80 e 90, as pessoas priorizavam empresas de prestígio como destino profissional. Elas procuravam estabilidade e reconhecimento de marcas que lhes garantissem uma carreira sólida. Elas estavam dispostas a se adaptar ao ambiente e a moldar seu comportamento para se alinhar aos padrões da empresa, muitas vezes colocando o nome da organização acima de seus próprios desejos e valores pessoais. No entanto, de lá para cá, muita coisa mudou.
Hoje, especialmente com as novas gerações entrando no mercado de trabalho, a busca pelo alinhamento entre os valores pessoais e o propósito organizacional se tornou central. As pessoas não querem apenas um emprego; elas querem estar em uma empresa que compartilhe seus princípios e que tenha um impacto positivo no mundo. A cultura organizacional, os valores e o propósito agora desempenham um papel determinante na escolha de onde trabalhar. Vamos explorar como cada geração enxerga sua relação com o trabalho e o que as empresas precisam fazer para atrair e reter os melhores talentos.
Baby Boomers (1946-1964): Lealdade e estabilidade acima de tudo na sua relação com o trabalho
Os Baby Boomers nasceram em um período pós-guerra marcado por crescimento econômico e prosperidade. Eles tendem a valorizar estabilidade no emprego, lealdade à empresa e benefícios sólidos, como aposentadoria e plano de saúde. Para essa geração, a construção de uma carreira longa em uma única organização foi o padrão desejado.
Cultura organizacional: Para os Boomers, o foco sempre foi em seguir as regras da empresa, se adaptar à hierarquia e demonstrar resiliência e dedicação. O propósito, nessa época, era mais voltado para o sucesso da empresa como um todo, com pouca ênfase na busca por alinhamento pessoal com os valores da organização.
Diferença nas expectativas: A lealdade à empresa era fundamental para eles, sendo comum ver profissionais dessa geração passarem décadas na mesma organização.
Desafios para empresas: Hoje, as empresas precisam reconhecer que, embora essa geração ainda valorize estabilidade, eles também estão buscando mais flexibilidade conforme avançam em suas carreiras. O foco na segurança e benefícios robustos continua sendo uma estratégia relevante para reter esses profissionais.
Geração X (1965-1980): Equilíbrio entre vida profissional e pessoal
A Geração X cresceu em um período de transição, com o início da globalização e grandes avanços tecnológicos. Eles são conhecidos por sua independência, resiliência e busca por equilíbrio entre vida profissional e pessoal. A Geração X começou a questionar o conceito de "trabalho para a vida toda" e a valorizar mais autonomia e desenvolvimento pessoal.
Cultura organizacional: Esta geração passou a valorizar empresas que oferecem oportunidades de crescimento, mas sem exigir que sacrifiquem totalmente suas vidas pessoais. Para eles, a cultura de uma empresa deve promover o equilíbrio e a flexibilidade, permitindo que sejam produtivos tanto no trabalho quanto fora dele.
Diferença nas expectativas: A Geração X valoriza a autonomia e a transparência nas empresas. Eles esperam mais liberdade e flexibilidade, algo que os Baby Boomers não exigiam tanto.
Desafios para empresas: As empresas que desejam atrair e reter profissionais da Geração X devem oferecer não apenas estabilidade, mas também programas de desenvolvimento de liderança e políticas de flexibilidade, como trabalho remoto e horários flexíveis.
Geração Y (1981-1999): O propósito acima de tudo
A Geração Y transformaram radicalmente a forma como os funcionários se relacionam com as empresas. Eles são a primeira geração a realmente priorizar o propósito organizacional ao escolher onde trabalhar. Para a Geração Y, o trabalho precisa ter significado, e o impacto social da empresa é tão importante quanto o salário ou os benefícios.
Cultura organizacional: Para a Geração Y, uma cultura organizacional inclusiva, transparente e inovadora é essencial. Eles valorizam empresas que são socialmente responsáveis e que promovem diversidade e inclusão. Essa geração espera que a empresa tenha um propósito claro e que suas ações reflitam esse compromisso.
Diferença nas expectativas: Diferente dos Boomers e da Geração X, a Geração Y não veem necessidade de permanecer em uma empresa se não sentirem que seus valores estão alinhados com os da organização. Eles são mais propensos a trocar de emprego se não houver alinhamento de propósito.
Desafios para empresas: Para engajar e reter a Geração Y, as empresas precisam focar em responsabilidade social, propósito claro e desenvolvimento de carreira. Criar um ambiente de trabalho com um propósito claro e valores bem definidos é crucial para atrair esses profissionais.
Geração Z (2000-Presente): Flexibilidade e propósito com tecnologia
A Geração Z, que está apenas começando a entrar no mercado de trabalho, já demonstra diferenças significativas em relação às gerações anteriores. Eles são altamente tecnológicos, crescidos em um mundo digital e conectados globalmente. A flexibilidade, o impacto social e a capacidade de equilibrar a vida pessoal com a profissional são fundamentais para essa geração.
Cultura organizacional: Para a Geração Z, a cultura deve ser digitalmente integrada, com tecnologia acessível e processos ágeis. Eles esperam que as empresas adotem soluções tecnológicas modernas e estejam comprometidas com sustentabilidade e diversidade.
Diferença nas expectativas: Assim como a Geração Y, a Geração Z busca propósito, mas sua expectativa é por mais flexibilidade e uma cultura digitalizada. Trabalhar remotamente, em equipes dinâmicas e com tecnologia de ponta são fatores críticos para reter esses talentos.
Desafios para empresas: As empresas que desejam conquistar a Geração Z devem estar prontas para oferecer ambientes de trabalho flexíveis, modernos e digitalizados. Além disso, precisam demonstrar compromisso com o impacto social e a sustentabilidade, pois esses fatores são decisivos na escolha da empresa onde trabalhar.
Conclusão
A relação entre os funcionários e as empresas mudou significativamente ao longo das gerações. Enquanto os Baby Boomers buscavam estabilidade e lealdade, as novas gerações, como a Geração Y e a Geração Z, priorizam o propósito organizacional, a cultura e a flexibilidade. Hoje, as empresas que querem se destacar no recrutamento e retenção de talentos precisam alinhar seus valores aos das novas gerações. Como o Bim mencionou, "as pessoas estão muito mais buscando valores do que buscando as empresas". A chave para atrair e reter talentos agora é oferecer não apenas um bom salário, mas um propósito claro, uma cultura forte e um ambiente onde os funcionários possam crescer pessoal e profissionalmente.
Dica final: Revisite a cultura organizacional e o propósito da sua empresa. Você está oferecendo o que as novas gerações procuram? A resposta a essa pergunta pode ser a diferença entre atrair talentos ou perdê-los para a concorrência.
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